Quando
se deseja tornar o cabelo mais liso, é necessário aumentar o raio de curvatura
dos fios. Isto pode ser conseguido por alisamento térmico ou químico.
A primeira maneira é o caso das
chapinhas e escovas. O calor fornecido (energia térmica) é capaz de quebrar
algumas interações moleculares, desmanchando as estruturas de α-hélices no
córtex. Dizemos que a queratina foi desnaturada, e passa a assumir uma nova
forma, denominada folha-β-pregueada.
Este
fenómeno é conhecido como transição α→β-queratina e é responsável pela maior
mobilidade e fluidez das proteínas do cabelo, deixando-os lisos.
Com
o aumento da humidade, recuperam-se as ligações originais e as proteínas
retornam a forma de α-hélice. O alisamento é temporário pois a desnaturação
protéica é um processo reversível.
Você
certamente já deve ter ouvido falar de chapinhas com íons negativos. Neste
caso, como as proteínas possuem várias cadeias laterais com cargas positivas
(reveja a Figura 2), íons negativos diminuem repulsões eletrostáticas
responsáveis pelo frizz do cabelo, e selam as cutículas minimizando a entrada
de água.
Outra
maneira de se obter cabelos lisos, o alisamento químico, consiste em fazer as
mesmas alterações nas estruturas proteicas do córtex, porém, quebrando as interacções
intermoleculares por oxirredução e reorganizando-as.
Inicialmente reduz-se a
queratina em meio básico (hidróxido de sódio, hidróxido de lítio, amônia, tioglicolato
de amônio ou guanidina) com um agente redutor (grupo mercaptano ou sulfeto),
rompendo as ligações dissulfídicas. Após, realiza-se a neutralização para
cessar a redução da queratina, empregando-se uma solução ácida (ácido
tioglicólico) e um agente oxidante (peróxido de hidrogênio), reestabelecendo
novas interações dissulfídicas organizadas em folha-β. Então, faz-se a
impermeabilização do cabelo (formol, glutaraldeído) para evitar que ocorra a conversão
da estrutura β em α. Este processo é mais efetivo e portanto tem maior
durabilidade.
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