segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

TRANSPLANTE DO CABELO NA MULHER



Se a calvície já perturba significativamente os homens, na mulher ela pode ser responsável por grande ansiedade e sofrimento emocional. O cabelo tem uma grande importância na estética feminina e é muito valorizado como uma característica própria da mulher. A perda do cabelo assume grande significado em relação à auto-estima, pelo que é motivo frequente para o seu tratamento.
A queda progressiva nas mulheres tem características próprias. Raramente atinge graus severos até a calvície, manifestando-se mais como uma rarefacção nas mesmas zonas que no homem, mas respeita quase sempre uma faixa na linha anterior do cabelo.
Esta faixa tem um grande interesse estratégico, pois, mantendo a moldura da face, permite uma fácil camuflagem da perda acentuada de cabelo, quer com penteado mais ou menos elaborado, quer com uma adição de cabelo por meio duma prótese capilar.
Apesar deste facto, é cada vez maior o número de mulheres que solicitam a transplantação. As razões principais estarão intimamente relacionadas com dois aspectos. Primeiro, com o estado avançado da técnica que permite colocar cabelo em zonas com menor densidade capilar sem lesar o cabelo ainda existente; segundo, mas porventura não menos importante, pela menor aceitação por parte da mulher da calvície.
Esta, podendo ser considerada como uma evolução naturalmente esperada, própria do envelhecimento do homem, não é encarada com a mesma resignação pela mulher. O cabelo na mulher é um reflexo importante da sua feminilidade e sexualidade. A identidade feminina relaciona-se com cabelo farto, luzidio e sedoso e, quando estes atributos se degradam, são motivos de grande preocupação e tristeza, podendo até comprometer a função da mulher no meio familiar e social.
O cabelo feminino poderá ser afectado por múltiplos factores que promovem a queda não necessariamente nas zonas fronto-parietais típica da calvície androgénica, mas muitas vezes duma maneira difusa atingindo todo o couro cabeludo.
Estas diferenças poderão estar relacionadas com os diferentes níveis e diferentes enzimas responsáveis pela queda de cabelo.
A mulher terá menor quantidade de 5-alfa-redutase (enzima que converte a testosterona em dihidrotestosterona – DHT) na linha anterior do cabelo na região frontal. Também parece que, nesta zona, nas mulheres os receptores de androgéneos é menor.
Por outro lado, nesta área e na mulher, encontra-se outro enzima – aromatase - em maior concentração. Este enzima converte a testosterona em estrogéneos os quais não parecem contribuir para a queda de cabelo.
Apesar de tudo, a mulher pode, em alguns casos, perder cabelo com o mesmo padrão do homem e vice-versa.
Existem algumas doenças que têm associada a queda de cabelo. Doenças da tiróide, anemia, desequilíbrios endócrinos (ovários quísticos, tumores da suprarrenal e da hipófise), doenças do tecido conjuntivo (lúpus, dermatomiosite).
Factores de stress, quer físico ou emocional, pós-operatório, partos, anestesias gerais ou dietas exageradas podem desencadear um eflúvio catagénico de perda de cabelo de maior ou menor duração. Estas quedas poderão ser revertidas, particularmente se a causa for eliminada.
Certos medicamentos poderão também estar envolvidos, como citostáticos, pílulas anticonceptivas, derivados cumarínicos, hormona tiroideia, antihipertensores, doses altas de vitamina A, toxicodependência (anfetaminas, cocaína e narcóticos).
É assim importante investigar todas estas possibilidades para se determinar qual o agente causal, e corrigir a situação antes de se iniciar a transplantação.
Existe outro tipo de alopécia causada por tracção. Esta poderá ser dependente dum compromisso psicológico a que se chama “tricotilomania”, em que o individuo obsessivamente exerce tracção do cabelo, mas o mais frequente é ser consequente a determinados tipos de penteados (rabo de cavalo) ou então a sistemas de fixação de cabeleiras, extensões ou outras adições de cabelo.

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