Para uma modificação
permanente da forma do cabelo é necessário que seja alterado certo número de
ligações de dissulfeto. Esse é um procedimento superficial e não altera o
cabelo que ainda está para nascer. As ondulações permanentes e os alisamentos
compartilham de processos químicos idênticos, ou seja, o que ocorre com o fio
capilar nos dois procedimentos, no que diz respeito à química é a mesma,
entretanto a forma dado em um ou no outro tratamento é o que muda o resultado
final obtido. Também se utiliza alguns produtos diferentes nas duas técnicas.
A deformação permanente é
obtida pela ruptura das ligações de dissulfeto, das ligações salinas e
hidrógenas, o que torna a fibra momentaneamente plástica, ou seja, deformável
sem elasticidade. Em seguida, é preciso reconstituir as ligações de dissulfeto
para fixá-las na forma desejada.
É assim que as cadeias de
queratina e o cabelo recuperam sua coesão.
O processo como um todo
consiste basicamente de uma redução, seguida de uma oxidação das ligações de
dissulfeto que constituem os cabelos.
Na fase de redução, as
ligações dissulfeto dos resíduos de cistina formam uma mistura, dissulfetos
(KSSR) e grupos cisteínicos (KSH):
- KSSK+ RSH (-- KSSR+KSH
Onde K representa a
queratina do cabelo e RSH é o agente redutor com grupo tiólico como, por
exemplo, o ácido tiólico e L-cisteína.
Na presença de excesso de
agente redutor, a mistura de dissulfeto é mais reduzida e convertida em grupo
tiol e ditio derivados (RSSR):
- KSSR + RSH -- RSSR + KSH
Na oxidação, as ligações
de dissulfeto são regeneradas de acordo com seguinte reacção:
- 2KSH – KSSK
Então, alguns dos grupos
KSH e KSSK presentes nos cabelos tratados ou não, são oxioadcs e ácido cisteico
como mostrado:
- KSI-f 4 KSO3H
- KSSK 4 2KSO3H
O princípio químico
envolvido nos dois tratamentos pode ser descrito de duas maneiras: através de
um esquema das reacções (como realizado acima) ou da seguinte forma:
Uma solução redutora é
aplicada no cabelo, assim dá início a uma reacção eletroquímica por transferências
de elétrons. O redutor fornece os dois elétrons que se fixam aos átomos de
enxofre e separam a ligação de dissulfeto em duas meias pontes. Ele reduz selectivamente
àquelas ligações, sem agir sobre as demais espécies químicas constituintes do
cabelo. O líquido redutor rompe as ligações entre dois átomos de enxofre das
ligações de dissulfeto, preparando, assim, o cabelo para a deformação. As
cadeias de queratina deslizam umas em relação às outras e as duas metades de
ponte conseguem se afastar. As meias pontes não estão mais face a face e então
pode-se aplicar a forma desejada. Esta quebra das ligações de dissulfeto é
possível, pois há a abertura da cutícula dos fios causada pela solução alcalina
de capacidade redutora e dessa forma esta última é capaz de penetrar no córtex
(local onde de encontram as ligações de dissulfeto da queratina).
Para reconstituir as
ligações de dissulfeto em uma configuração diferente, uma solução com agente
oxidante é aplicada no cabelo provocando uma reacção que capta os dois elétrons
fixados aos átomos de enxofre e reforma as ligações entre dois átomos de
enxofre isolados, fixando o formato do cabelo, essa solução também faz com que
as escamas da cutícula capilar retornem a posição de origem, selando, assim, o
fio de cabelo.
Relaxamento químico é actualmente
o método de escolha para alisamento de cabelo muito crespo e é amplamente
utilizado em alguns grupos étnicos.
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